Quando os Sinos Tocam

Conhecido como o poeta dos Estados Unidos, Henry Wadsworth Longfellow levava uma vida idílica até o dia em que seu mundo é destruído por uma tragédia. Com uma nação dividida pela Guerra Civil e sua família dilacerada, Henry larga a caneta. No entanto, o som da manhã de Natal reacende a voz perdida do poeta e ele descobre sua fé renovada.

Reviews e Crítica sobre Quando os Sinos Tocam

I Heard the Bells é o primeiro filme da Sight & Sound. Para quem não conhece, é uma empresa que opera dois cinemas, um no Missouri e outro no meu estado natal, Pensilvânia. Eles são conhecidos por shows elaborados baseados em histórias bíblicas. Nunca tive a oportunidade de ver um ao vivo, mas posso atestar que eles são incrivelmente populares por aqui. Mudar para um formato cinematográfico foi uma maneira compreensível de expandir a marca, e usar a vida de Henry Wadsworth Longfellow como um meio de atrair um público ainda maior parece uma escolha inteligente. Como seria de se esperar, esta é uma produção elegantemente montada com apelo significativo para pessoas que buscam uma história inspiradora de fé nesta ou em qualquer temporada de férias.

Quando conhecemos Longfellow (Stephen Atherholt), ele já está estabelecido como o principal poeta da América, graças em parte aos seus escritos que condenam a escravidão. Ele tem uma crise de fé depois que sua esposa Fanny (Rachel Day Hughes) morre em um acidente. As palavras não lhe interessam mais. Sua crença em Deus diminui. O problema se aprofunda quando o filho Charlie (Jonathan Blair) vai contra sua vontade ao se alistar para lutar na Guerra Civil. Tendo prometido a Fanny que manteria seu filho fora de combate, uma camada de culpa é adicionada à dor que ele já sente.

A história é muito mais um conto do tipo “afundar até o fundo e se levantar novamente”. A recusa de Longfellow em escrever preocupa seus outros filhos, assim como as pessoas ao seu redor. Eventualmente, algo acontece que começa a restaurar sua fé cristã e a dar um pontapé inicial em sua criatividade. Culmina, como o título sugere, na escrita de seu poema de 1863 “Christmas Bells”, que mais tarde inspirou a clássica canção natalina “I Heard the Bells on Christmas Day”. O ponto do filme, feito de forma bastante eficaz, é que grande inspiração geralmente vem de um artista que se encontra no ponto mais baixo de suas vidas. E a partir disso, surge uma ideia de que não importa o quão ruins as coisas possam ser para você, apegar-se à sua fé pode ajudar a guiá-lo para um dia melhor.

Como seria de se esperar de uma obra da Sight & Sound, I Heard the Bells parece lindo. Nenhuma despesa foi poupada para dar vida ao período. Essa autenticidade ajuda a mergulhar você na trama e, subsequentemente, permite que a mensagem edificante ressoe alto e claro. Atherholt é muito bom como Longfellow, mostrando de forma convincente como o poeta vai de um homem feliz e otimista a um viúvo deprimido e desanimado, a alguém que é revitalizado tanto como escritor quanto como ser humano. A maneira como o filme traça seu arco é edificante. Ao contrário de alguns filmes baseados na fé, os espectadores não são espancados na cabeça com uma mensagem didática. Eles podem simplesmente absorver o tema observando como os eventos se desenrolam.

Há uma área em que o estilo Sight & Sound não se traduz muito bem para a tela grande. No palco, os atores têm que exagerar, tanto vocalmente quanto fisicamente, para serem compreendidos no teatro. O cinema, onde tudo é ampliado, requer exatamente o oposto. Muitos dos membros do elenco aqui direcionam suas performances para a última fileira, por assim dizer, indo mais longe e mais longe do que o necessário na frente de uma câmera. Ajustar-se a essa qualidade leva alguns minutos. O diretor Joshua Enck também poderia ter apertado o ritmo às vezes. Certas ações mundanas realizadas pelos personagens – escrever cartas, abrir gavetas, etc. – são prolongadas por muito tempo. Cortar material inconsequente como esse teria tornado o filme mais consistentemente rápido.

Apesar dessas pequenas falhas, I Saw the Bells realiza exatamente o que se propõe a fazer. O filme é dramaticamente envolvente, especialmente à medida que se aproxima do grande final, onde Longfellow pega a caneta novamente. Há uma sinceridade na apresentação que fará com que ela ressoe com multidões religiosas, mas também tenha apelo para entusiastas de Longfellow ou pessoas que vêm apenas pelo tema do feriado. Ver para onde Sight & Sound vai daqui será interessante. Seu filme de estreia é um começo promissor para o que quer que eles tenham em mente para os espectadores.

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